quinta-feira, 10 de agosto de 2017

Esclerose Múltipla, uma enfermidade de brancos e mulheres

Oi, people!

Hoje eu venho com um texto informativo.

Estava estudando sobre a EM, para divulgar algumas curiosidades no Agosto Laranja, o mês de conscientização nacional, no Brasil, sobre a Esclerose Múltipla.
E eu achei coisas tão interessantes que pensei cá comigo: isso é mais que uma curiosidade. Isso e informação!

Você sabia que muitas pessoas nunca ouviram falar da EM?
Você sabia que muitas pessoas têm pré-conceitos sobre a EM?
Você sabia que muitas pessoas não sabem a diferença entre Esclerose Múltipla (EM) e Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA)?
Você sabia que muitos pacientes levam anos até conseguir um diagnóstico correto, sendo possível levar tempo para descobrir a EM ou ter um falso diagnóstico de EM?
Você sabia que falta de informação pode matar?

Então, mãos à obra!

Resultado de imagem para mãos a obra

Países ricos, de clima frio e população predominantemente branca



A média global de portadores de EM é de 33 casos por 100 mil habitantes (Vejam que doença rara eu tenho! 😎). O índice é maior em países do hemisfério norte, como EUA (135/100 mil habitantes), Canadá (291/100 mil habitantes), San Marino (250/100 mil habitantes) e Dinamarca (227/100 mil habitantes). Os EUA lideram no número absoluto de casos diagnosticados: 400 mil. O Brasil, ao lado do México, ocupa a 60ª posição do ranking, com 15 registros por 100 mil.


Isso acontece porque quanto mais longe um país se encontra da Linha do Equador, menor a incidência do sol, que estimula a produção da vitamina D. Os baixos níveis desta vitamina, estão relacionado com o desregulamento do sistema imunológico. Sacaram? Então espiem o fluxograma:


O neurologista americano Charles Poser levantou uma hipótese para explicar o predomínio entre os brancos: a patologia seria resultado de uma série de mutações genéticas ocorridas durante o primeiro milênio na Escandinávia e disseminadas pela Europa por meio das invasões vikings.
Assim, os Países que apresentam menor população de brancos, também apresentam taxas baixas da doença. Negros, índios e mestiços são menos suscetíveis onde há grande miscigenação
Nos EUA, por exemplo, a doença é mais prevalente no Norte do que no Sul, com uma proporção de 110-140 contra 57-78 casos por 100 mil. Neste caso, a diferença de latitude entre as regiões não é a única explicação. A concentração de negros e latinos na costa oeste, no delta do Mississippi e na fronteira com o México (Texas e Flórida) também explica essa diferença de proporções.
Na América Latina, ocorre o mesmo nos países que receberam mais imigrantes europeus: Argentina (25,6), Uruguai (21) e Brasil (15) (Olha nós ai... 😅) Já os países que mantiveram maior relevância nativa na composição demográfica apresentam taxas pequenas: Bolívia (1,5), Peru (3,8) e Equador (5,05). Na Hungria, um dos países mais acometidos pela esclerose, os ciganos são a parcela da população mais protegida.
Assim, a descendência europeia ajuda a entender os índices mais elevados no Brasil: Sudeste (17-18/100 mil) e, sobretudo, no Sul (26/100 mil), que recebeu grande fluxo de italianos e alemães no século 19.
A maior prevalência já registrada no Brasil foi no município de Santa Maria (RS), 27,2/100 mil. Contudo, a medição é municipal e feita em poucas cidades. Portanto, o resultado varia de acordo com o levantamento.
Lineu Werneck, neurologista do Hospital de Clínicas do Paraná, ressalva que o perfil racial no Sul mudou nas últimas décadas. Nesta região, atualmente, 77% da população se identifica como branca e os índices de esclerose ali são muito inferiores aos de seus ascendentes europeus.
Segundo Lineu, em sociedades como a brasileira, etnicamente heterogêneas, é difícil medir em termos percentuais a herança genética europeia, indígena e africana na parcela da população que se autodeclara parda. "A esclerose é multifatorial. A predisposição genética existe, mas é só um fator. Há vários outros que precisam ser concomitantes para a doença se manifestar."
Apesar de não haver estatísticas em todos os Estados, Marco Aurélio Lana-Peixoto, coordenador do Comitê Brasileiro de Tratamento e Pesquisa em Esclerose Múltipla, estima que o índice no Norte é de 4-5/100 mil e no Centro-Oeste, 10-13/100 mil. E Lúcia Brito, chefe do departamento de neurologia do Hospital da Restauração, no Recife, diz que no Nordeste a doença atinge de 8 a 10 pessoas para cada 100 mil.

Fatores ambientais


A ciência busca explicações para a esclerose múltipla no ambiente desde os anos 80. Estudos estatísticos apontam que o excesso de sal (Putz! 😰) e tabagismo aceleram a progressão da doença. Os migrações intercontinentais antes da puberdade (Ufa!😅) também parecem influenciar, fazendo com que o jovem assuma o risco do país para o qual migrou.
Na Noruega, uma pesquisa mostrou que imigrantes, vindos do Irã e do Paquistão, permaneciam com o baixo risco dos seus locais de origem. Todavia, seus filhos, nascidos no novo lar, apresentaram o mesmo "risco" que as demais crianças norueguesas, indicando a interferência de algum fator ambiental.
Muitos pacientes mostraram-se positivos para o Epstein-Barr¹, vírus que modifica o DNA das células, facilitando o processo inflamatório. Embora o vírus seja comum em quem não possui a doença (80% da população mundial já o contraiu), Dagoberto Callegaro, neurologista do Hospital das Clínicas de São Paulo, afirma que a diferença não é desprezível.
O cientista britânico David Strachan, autor da "hipótese da higiene", sustenta que o parasita tricuríase², comum em países subdesenvolvidos devido às condições sanitárias, pode inibir a esclerose. Segundo Strachan, certas infecções na infância reduzem o risco de doenças autoimunes porque desafiam o sistema imunológico, preparando-o para futuras anomalias. Em outras palavras, o "excesso de limpeza" tem efeitos prejudiciais (Me faltaram vermes???? 😱). Os defensores da teoria argumentam, por exemplo, que brincar na rua com os pés descalços, hábito ligado à condição climática, torna as crianças mais resistentes pelo contato com bactérias essenciais ao organismo.

As mulheres


A doença afeta as mulheres desproporcionalmente, que chegam a ter três vezes mais chances de desenvolver a Esclerose Múltipla que os homens, sendo diagnosticadas com mais frequência entre os vinte e trinta anos.

Assim como a causa da Esclerose Múltipla ainda não é efetivamente conhecida, também não são conhecidos os motivos da desproporção de ocorrência entre homens e mulheres. Entretanto, a maioria dos estudos apontam que diferenças genéticas e hormonais seriam as responsáveis.

Apesar da desproporcionalidade, a Havard Medical School (HMS) relata que as mulheres não costumam experimentar sintomas mais severos da Esclerose Múltipla que os homens. Contudo, existem questões específicas que preocupam as mulheres portadoras da doença, quais sejam:

  • EM e o ciclo menstrual
  • EM e contracepção
  • EM e menopausa
  • EM, gravidez e parto

Temas para os próximos capítulos...
E aí? Gostaram?
Eu não vou prolongar ainda mais, mas eu tinha altas teorias próprias para explicar essa história da diferença climática... 😁
Bom, é sempre bom saber um pouquinho mais sobre as coisas, né?
♛♛♛

1. vírus de Epstein-Barr (VEB), também chamado de Herpesvírus humano 4 (HHV-4), é um vírus da família herpes, e é um dos vírus mais comuns em seres humanos. É mais conhecido como o agente causador da mononucleose infecciosa (doença do beijo). A mononucleose infecciosa ou febre glandular é a principal apresentação clínica do VEB, definida pela tríade febre, faringite e linfadenopatia cervical, em conjunto com o aumento de linfócitos atípicos na circulação. A transmissão normalmente ocorre pela saliva (E eu estou aqui tendo mil lembranças da infância e adolescência... Será?)


Sabe aquelas inflamações de garganta que fazem "placas de pus" nas amídalas?
Pois é! Também são obras desse danadinho! E eu tive isso aos montes...

2. Tricuríase ou Tricuriose é uma verminose intestinal causada pelo verme fusiforme (nematoda) Trichuris trichiura. A transmissão é fecal-oral, ou seja, o verme libera os ovos junto com as fezes que contaminam o ambiente e são consumidos por pessoas e animais. É muito comum em locais sem tratamento adequado de água e esgoto, mas a maioria dos casos não tem sintomas e passa desapercebido. Infecta humanos, cachorros, gatos e outros mamíferos. Devido ao fato do T. trichiura viver em ambientes com características semelhantes aos do parasito Ascaris lumbricoides, é muito comum a co-infecção por ambos nematódeos. O T. trichiura é um verme morfologicamente parecido com o A. lumbricoides, porém, ele é bem menor, medindo, cerca de 4 cm contra os habituais 30 cm do áscaris.







Referências:

http://temas.folha.uol.com.br/esclerose-multipla/
http://www.doencadobeijo.com/virus-de-epstein-barr
https://pt.wikipedia.org/wiki/V%C3%ADrus_Epstein-Barr
https://pt.wikipedia.org/wiki/Tricur%C3%ADase
https://www.emparaleigos.com/single-post/2015/03/08/A-MULHER-E-A-ESCLEROSE-M%C3%9ALTIPLA-Dia-Internacional-das-Mulheres







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