Ontem foi tão corrido (o marido viajou) que não consegui "comemorar" a data de ontem.
(Acabei de abrir meu texto, e reli. Abri o calendário. Refiz as contas. FOI DIA SETE! Meu mundo caiu... rs)
Para comemorar, colocarei aqui um texto que foi escrito há um tempinho... pra ser mais exata: dia 23 de novembro de 2016.
Eu estava sentindo aquele comichão conhecido, de quando eu tenho vontade de escrever sobre algo. Aí eu começo a me perder durante os afazeres diários ou, principalmente, na hora de dormir, escrevendo mentalmente trechos de um texto que tá louco pra ganhar um papel. Sim, eu ainda prefiro escrever no papel. Mas, na maioria das vezes, a tecnologia me convence. 😀
Comecei a escrever achando que seria bem curto. Quando vi, estava imenso e eu não havia chegado a metade. Foi a primeira vez que pensei em criar o blog.
Então, aí vai meu primeiro texto. Incompleto, sincero e sem muito cuidado com "coesão e coerência".
Desculpa,
mas preciso falar sobre a Esclerose Múltipla
(E não,
infelizmente meu texto não será uma paródia do texto do Gregório)
Dia 7 de
fevereiro de 2016, exatamente 4 meses depois de voltar a morar em Goiânia, eu
passei mal. Era domingo. Passei o dia com “pressão baixa”. Isso já tinha me
acontecido algumas vezes em Belém, mas era só eu passar o dia em repouso que
melhorava. Neste dia, porém, não tive como repousar; o Léo estava aqui em casa
montando um móvel e eu tentando ajudar. De noite eu comi um pouco, assisti a um
filme (Vingadores 2) e deitei pra dormir. Contudo, toda vez que me mexia na
cama, eu sentia tontura e náusea. Por volta de 4:30h da manhã, eu liguei na
casa da minha mãe. Nós estávamos brigadas. Liguei no fixo com a esperança que
meu irmão atendesse (dose ilusão!)... Alô? Mãe, vc pode vir me buscar e levar
ao hospital? HOSPITAL? Expliquei. Ok, estou indo. Mas ao levantar para me
arrumar minhas coisas e da Nala... corre pro vaso! Vou poupar vcs das vezes que
vomitei aquela manhã. Minha mãe não queria me levar de imediato ao hospital. Preferiu
me colocar de repouso e vigiar. No frigir dos ovos, passei mal até umas 8h. M
mãe se arrumou, passamos na padaria (eu não bebi nem água) e lá vou eu para o
sufoco de andar de carro. Fui deitada. Horrivel.
Passei o dia
todo no soro e com uma pá de remédios intravenosos para vômitos, náuseas,
tonturas... Antes disso precisei lembra a médica: vc pode pedir um BHCG, por
favor? Enquanto estava no soro: negativo! Ótimo! No fim do dia, o chefe do
plantão veio me ver. Isso pode ser não sei o que do vestibular, ou labirintite,
ou... Procure a Pauliana. Ótima otorrino! Aqui o número dela.
Milagrosamente,
ela me atendeu na quarta feira de cinzas. Sim, adoeci no carnaval! Consultas,
exames, remédio... nada! Outros exames. Muda os remédios... nada!
Acupuntura,
meditação, psiquiatra, psicólogo...
Por volta de
um mês depois, além de não obter resultado, apresentei alguns sintomas
neurológicos. Mel, o que vc acha de consultar um neurologista?...
Mel, vc já
foi ao neurologista?...
Mel, acho
melhor vc procurar um neurologista!
O primeiro
médico da área que consegui, além de ser um neurocirurgião, era uma pessoa...
sem tato? De qualquer forma; ele solicitou uma Ressonância Magnética e um tal
de Potencial Evocado Visual Padrão Reverso. Fiz os exames por volta do dia 20
de março. Acho que uma semana depois peguei o resultado da ressonância. Eu vi
que tinha uma alteração, mas não sabia o que era. Todo mundo se alarmou. Não
sabíamos o que fazer. Afinal, o médico disse que aquela não era a área dele e
que eu precisava era de um neurologista. E começamos, todos, a procurar um
neurologista ou qualquer médico conhecido que possa ao menos ler o laudo aquele
dia. Neurologista em Goiânia? Só particular e pra daqui um mês! Conseguimos um
palpite aqui outro ali. Não sei exatamente o que é, mas não é câncer! Ufa! Por
fim, a indicação de um neurologista que me acompanha até hj. Dr. Fernando. Passamos
mais de 1h em seu consultório. Todos os tipos de exames clínicos possíveis.
Nenhum médico ainda havia colocado a mão em mim! Então, Mel. A suspeita é de
Esclerose Múltipla, mas precisamos fazer uma bateria de exames pra excluir uma
infecção. Além disso, precisamos de uma punção lombar. A Esclerose é uma doença
autoimune, que ataca seus neurônios. Mas olha, não precisa ficar preocupada.
Hoje em dia, um paciente portador de esclerose vive uma vida normal... blá blá
blá.
Eu e o marido
voltamos pra casa em silêncio. Exceto por: Como vc está? Bem. E vc? Também.
Deitei no
sofá. Olhamos-nos. Meu olho encheu de lágrima. O dele também. E percebemos que
se um começasse a chorar, o outro também choraria. Paramos por aí.
Dez minutos
depois: Oi, mãe. Tá ocupada? Não, pode falar. Como foi no médico? Foi tudo bem.
Ele falou isso, isso, isso... mas vc não preocupa não. Vai ficar tudo bem.
Terei uma vida normal. E ela como uma leoa: claro que vai ficar tudo bem!
Faremos o possível e o impossível! A gente vai arrumar todos os tipos de tratamentos
pra vc... Mais um pouquinho de conversa e... Então tá, filha. Mamãe tem que
voltar a trabalhar. Fica com Deus. De noite vou aí. Beijo.
Soube que
ela desligou o telefone e chorou muito. No trabalho."
O restante da história está distribuído pelos outros posts ou será distribuído nos próximos.
Depois de falar com minha mãe, meu irmão foi o próximo. Falei sobre isso aqui.
Depois fomos contando aos poucos para os familiares e amigos. E só recebemos apoio, amor e orações. 💖
Acabei de descobrir. Esse é nosso lacinho! Que gracinha. Nós temos um lacinho! 😍
Admiro a leveza e coragem de como encaram o tratamento. Muito inspirador
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