Eu lembro bem da data, pois estava me arrumando para a festa diferentona de 15 anos da minha amiga.
Saí do meu quarto, com minha blusa nova, azul bebê, mangas compridas e esvoaçantes, como era moda na época; passei pela sala, onde minha mãe estava sentada no sofá com um cara que tinha acabado de chegar; sem dar um piu ou um olhar de relance pra ninguém, e fui pra cozinha pegar algo. Provavelmente água.
Na volta
- Minha filha, cumprimenta o Léo.
- Boa noite, Leonardo (naquela cara de cool que só um adolescente sabe fazer).
- O nome dele é Aleones...
- Boa noite, seja qual for o seu nome.
E saí para o meu quarto numa mix de sensações: vergonha, "ai, que mico!", ódio, revolta, superioridade, etc.
Nos conhecemos nesse dia.
Não sei quanto tempo depois, minha mãe e o tal Léo começaram a namorar.
Mãe e Léo
Mais um tempinho e ele foi morar com a gente e, não sei como, ficamos amiguinhos. Altos papos!
Mas eles se mudaram para um bairro mó afastado porque minha vó viria morar no ap que morávamos, que por sinal é dela. Fiquei no meu cantinho, não 'redei pé e morei com minha vó.
Minha vó, como boa fazendeira, não aguentou o pique da capital e voltou pro interior. Lá vai eu morar com minha mãe e o Léo.
E aí foi embora o boi com a corda. 🐂
Eu lembro exatamente como foi nossa primeira briga. Mas não convém contar aqui.
Ficamos dias sem nos falar! Minha mãe não notou. Até que eu mesma contei pra ela.
Eu vou dar um super resumida!!
Porque não convém expor todas as feiuras que fizemos e não teria espaço aqui...
Pensa num povo treteiro!! 😠
Daí em diante foram brigas, silêncios, afrontas, desrespeito, ofensas... e beirou, mas não chegamos lá, a pancadaria.
Porque não convém expor todas as feiuras que fizemos e não teria espaço aqui...
Pensa num povo treteiro!! 😠
Daí em diante foram brigas, silêncios, afrontas, desrespeito, ofensas... e beirou, mas não chegamos lá, a pancadaria.
O relacionamento dos dois passou por idas e vindas. Antes e depois de eu me mudar para Belém, em 2011. Nessa época eu já o odiava menos. E quando eu digo odiar - e eu não me orgulho disso! - era ódio M E S M O.
Eu vinha visitar minha mãe e nunca sabia se os dois estavam juntos ou, como ela dizia, se era só amizade. Só sei que eu faltava ter uma síncope quando chegava na casa dela e ele estava lá ou ia visitá-la. "Porra! Que amizade o quê? Não acabou?"; "O que esse cara tanto faz aqui?". Nessa época eu oscilava entre ter raiva e ter antipatia.
Setembro de 2015.
Eu me mudei para Goiânia. As coisas entre nós já estavam bem mais civilizadas. Tínhamos ensaiados momentos de tréguas e até de genuína amizade.
E eu precisava de um faz-tudo. 😳
Móveis para montar, vazamento pela janela em época de chuva, prateleiras para instalar, etc, etc, etc.
O Léo sempre foi um excelente faz-tudo. E começamos a ensaiar mais uma vez uma boa relação. E era boa. Mas era fria.
Afinal, pensa num povo do coração bão! 😄
Afinal, pensa num povo do coração bão! 😄
7 de fevereiro de 2016, domingo.
Passei todo o dia com "pressão baixa"; mal estar, tontura, falta de ar. Ele esteve aqui para montar um móvel que eu tinha comprado. Fiz companhia, conversamos, servi lanche. Ele terminou e foi embora. Eu fiquei, passando mal. Eu não disse nada, dias assim não eram incomuns. Mas eu não sabia que este seria o início do meu primeiro, e único, surto.
Ah! Minha mãe arrumou um namorado em algum momento do primeiro semestre. 😁
Marcus Vinícius e mãe
Com o passar das semanas, os sintomas pioraram e ainda não tínhamos um diagnóstico.
Foi então, que o Léo, num gesto de amizade, dentre tantos outros, ligou para minha mãe para saber como eu estava e como ela estava com tudo isso. E ele se ofereceu para me fazer uma visita. Se não estou enganada, a suspeita tinha acabado de surgir e ela estava com receio de eu ficar "sozinha" (o marido estava comigo).
E a visita foi tão legal. Ele foi tão amável, positivo, parceiro! 💖
Bom, daí foi só ladeira acima!
Em agosto, minha mãe fez a festa de aniversário dela. E agora pirem: EX e ATUAL se uniram para fazer uma festa linda!
No começo foi torta de climão, sim! Mas ali na festa as coisas já foram entrando no eixo.
E com o tempo, tudo foi ficando natural. E hoje eles são miguxos!
Isso sim é evolução, né, gente? 😇
Ele continuou ajudando em todas as "obras" da casa. Quando decidimos fazer o casamento, ele foi membro desde o primeiro "comitê" formado para planejamento! 😂
Eu, mãe, Léo e Tiago na primeira reunião para planejar o casamento, já no local que faríamos a celebração
E quando fomos escolher três padrinhos e três madrinhas, eu falei para o marido: Por que a gente não chama o Léo? Ele tem sido tão presente nesta nova fase da nossa vida. Aliás desde a mudança, etc.
E ele gostou da ideia!
E olha como ele e meu irmão aproveitaram todos os momentos para fazer piadas e matar a gente de rir.
Provando as roupas para a cerimônia
O Léo fez de T U D O um pouco.
Só para vcs terem ideia, espiem!
Estão vendo esse altar lindo, com essas cortinas e tudo mais? Foi planejado e montado pelo Léo
E esse portal lindo? Ele montou!
Trabalho braçal, emocional, fraternal.
Teria melhor escolha para padrinho? Não!
Ele entrou e saiu com a Micaela, sempre sorrindo. O sorriso e a risada dele, eu tenho que confessar, sempre me agradou
Me deu os abraços mais sinceros
E também cumprimentou o marido com muita alegria
E pra mim, pra nós, foi muito importante casar sob as bençãos dele. Dos três: Léo, Bruno (cunhado) e Jedai (irmão). Agora? Pirem: eu ate peço bença... rs
Mas o passo mais importante dessa nossa nova relação, foi quando eu estava lá em Madri: às vezes a gente se falava pelo whatsapp. Trocávamos experiências, novidades, conselhos.
Blogayriane
E um dia, sem muito porque, eu falei. Muito. Tudo. Tudo que eu vinha me sentindo mal desde o meu surto. Talvez desde um tempinho antes. Pedi desculpas. E quando ele me perdoou, eu me perdoei também.
Bom, eu errei muito. Ele também. Nós erramos. Mas não importa mais quem começou. Não importa mais o que passou.
E este ano, já começamos com muitos planos para mexer com a vida de todos juntos!
Léo, Vinícius, Tiago, mãe e eu
(Faltou a Gabi, mina do Léo)
E eu gosto tanto dessa história, que resolvi compartilhá-la com vcs.
Espero que também gostem e que esta história inspire outras.
💕
Obrigada, Padrinho! 😘
(Léo e a Mulambyane que existe em mim)